segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Kharma ruim.
Kharma ruim, e porra de dia.
E aqui dentro, dentro de tudo, não consigo mais fingir aflição.
Pois o peso do hábito amortece qualquer novo sofrimento.

Sei só que lá fora a chuva bate mesquinha.
Ou será minha alma, que desliza em gotas de poluição?

sábado, 10 de outubro de 2009

Agora é assim: Quando me chamam, é só não como resposta.
Mas olha só, Mas olhem só!
Não é engraçado, HILÁRIO até?
é pobreza de espírito e mediocridade,
desinteresse, tédio, é só o que se vê,
é só o que se olha, em todo cantinho de cidade.

E todo caminho, leva pra um lugar pior.
Pior não, justiça se faça:
a mesma merda de sempre, de sempre, de sempre...
e eu posso sangrar o pescoço, e o tédio não passa,
posso assistir tv, mas tv não tem graça;
a mesma coisa de sempre, de sempre, de sempre...

Nem mesmo teus sorrisos, e seus sorrisos, os sorrisos daquela outra,
nem mesmo nada disso me adianta:
morro de tédio crônico, alojado em alguma parte da vida
Ninguém sabe de remédio, pois esse remédio não se compra,
e ninguém sabe de macumba, pra curar a maldita ferida.
não resta nem esperar, esperar o trem (tempo) passar,
e quem sabe trazer alguma cor.

Só não traga preto branco e cinza, porque essas eu conheço de cor:
Eu estarei aqui, é claro, é obvio.
Fazer o quê.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Back to Black.

Andava sem motivos para escrever algo fora do meu projeto de romance esses tempos. Me parece que não há nada mais a dizer. Acho que minha praticidade anda afetando meus instintos de escritor: que Deus, ou seja lá quem for, impeça, por favor.
Hoje porém escutei algo que me interessou bastante. Algo sobre mim mesmo, é claro. Estava por aí, na casa de alguém, preparando-me para uma noite curta, agradável e regada à laranja mecânica. Conversávamos sobre mim, ou seja, nada de demasiadamente importante. É quando, entre um xingamento, uma crítica feita com um sorriso nos lábios e quem sabe o que mais, ouço dizer:
"Minha mãe diz que você é triste. Tem algo em você, bem no fundo... Como se fosse sua áurea, meio manchada, sei lá."
É claro que a primeira reação foi uma risada, seguida de um sorriso despreocupado. Eu não acho que tristeza seja um estado que possa chegar ao seu âmago. E por favor, não confundam essa afirmação com algo saído de um livro barato de auto-ajuda. Eu creio na tristeza como algo que já faz parte de nós, assim como a ânsia de sofrimento, e a vontade de ser feliz. Como estaria minha áurea manchada de tristeza, se ela, entre outras coisas, é formada disto? Deixei pra lá. Não era próprio o clima para curtas auto- explorações de caráter duvidoso.
Mas agora são quatro da manhã, está frio e eu posso me permitir. Será mesmo minha alma manchada? Eu imagino piche sendo jogado em um prisma que acaba de catalizar um feixe de luz branca. Afinal, não posso ser descrito como um poço de otimismo e auto-complacência. E é claro, seguindo esta linha de não-lógica, chega-se a pergunta 'De onde vem o piche? Quem te manchou assim? Porque?'
Mais uma vez consigo achar alívio na resposta universal para todas as questões similares que assolam a pequena trégua armada que eu consegui dentro de mim: Foda-se.
E é praticamente isso.