sexta-feira, 6 de agosto de 2010

abstração.






abrimos os olhos para fugir do que vemos;
e entre meias palavras, sussurradas
entre a incerteza de tudo o que nos circunda,
ditas como que para ninguém que as pudesse
entender de fato,
captar os espirais de significados ocultos
que não se revelam pois não há necessidade;
ali estou.
Querendo, no som etéreo de seus passos seguidos
por multidões e exércitos invisíveis,
achar algo que se encaixe e pertença apenas
à mim; eu, egoísta faminto por seus sorrisos,
e risos,
e tudo o mais que me deixe assim, desentendido.
Você, tão calma, de movimentos lentos e graduados,
e assim tão distante, e tão próxima,
caos entre os dedos do equilíbrio,
borboleta sempre seguida pelos olhos espantados
de um animal selvagem ou árvore,
que sou eu.
Pousa em um dos meus galhos secos e retorcidos,
tal qual tipicidade do cerrado,
quieta e silenciosa em sua presença,
mas mesmo assim causa de múltiplas comoções
inexplicáveis e constantes em algum lugar ao sul de tudo.
Dá cor e alegria instantâneas,
sorri,
e vai embora,
como há de ser.

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